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Desligar para viver: a urgência de fazer pausas na cultura never offline/FOMO.

Atualizado: 20 de ago.


Vivemos numa era onde estar (sempre) ocupado tornou-se um símbolo de status.

Mas a cultura do never offline está a retirar energia vital e a criar crises silenciosas, ansiedade que gera desespero pela sensação de que nos falta sempre tempo, insónias que comprometem a recuperação fisiológica, burnout e um afastamento progressivo da vida real.

Pausas durante o dia, férias-mesmo-férias, fins de semana sem e-mails, horas de almoço sem ecrãs, deixaram de ser opcionais. São, para todos, vitais. Todos sabemos. Muito poucos praticam. Um paradoxo a que nos habituámos (e ao qual ficámos presos) rápido e irremediavelmente - para tantos.

O que dizem os dados?

  • Harvard Business Review: Colaboradores que tiram férias e ficam em modo off e fazem pausas regulares nas suas agendas diárias, apresentam um aumento de 31% na produtividade, 50% de mais criatividade e menos 64% de risco de burnout.

  • Gallup: 2 em cada 3 colaboradores afirmam que não conseguem desligar mentalmente do trabalho em férias. O resultado? Baixa performance, relações pessoais conflituosas e impacto direto na saúde mental.

  • Microsoft Work Index (2023): colaboradores que fazem parte de organizações com uma cultura de pausas ativas apresentam mais 30% na capacidade de resolução de problemas complexos.

  • Great Place to Work: Organizações que estimulam pausas diárias (não só férias) têm uma taxa de compromisso (sentido de pertença) 2x maior, e a retenção aumenta até 35%. É fácil perceber, assim, que as pausas não são o oposto do trabalho. São o combustível!


    O mito da produtividade contínua ignora um fato simples: o cérebro humano não foi feito para trabalhar em modo flow em permanência. Sem descanso, a criatividade fica difusa, a empatia diminui, e o corpo grita: cansaço crónico, ansiedade e muitos distúrbios do sono (recomendo a leitura ''O meu sono e eu'' da Professora Teresa Paiva.


    Fazer detach nas férias é só uma parte do problema. Precisamos, também, normalizar o direito (eu acho que devemos a nós mesmos esse cuidado) de viver a vida fora dos ecrãs. Almoçar sem computador, caminhar sem ouvir áudios, passar tempo com os amigos sem falar de trabalho, ver no silêncio um precioso aliado da nossa saúde.

    As pausas são a nossa melhor estratégia para manter a mente focada, o corpo saudável e o coração focado no agora. E as empresas que entenderem (e praticarem) esse manifesto, estarão muitos passos à frente: não só porque protegem o talento, mas porque pessoas que recuperam energia depois do trabalho produzem (e vivem) melhor. Executive Summary: ações práticas para implementar pausas e proteger a saúde mental Pessoal

    1. Bloquear pausas no calendário (como reuniões: são inegociáveis).

    2. Praticar micro-detachments diários: 15 minutos sem ecrãs, sem notificações.

    3. Desligar fora de horas: email e apps de trabalho com uma hora definida para terminar.


    4. Organizacional

      1. Instituir as pausas na cultura da empresa: as lideranças devem praticar e comunicar esse manifesto.

      2. Criar espaços e rituais de descanso: áreas sem tecnologia, momentos de silêncio.

      3. Incentivar férias 100% offline: definir políticas claras e proteger quem está fora.

Este gráfico mostra como tirar férias com detachment total aumenta a produtividade (em média +31%) e reduz drasticamente o risco de burnout (até -64%) - fonte: Harvard Business Review.
Este gráfico mostra como tirar férias com detachment total aumenta a produtividade (em média +31%) e reduz drasticamente o risco de burnout (até -64%) - fonte: Harvard Business Review.

 66% dos trabalhadores não se conseguem desligar mentalmente do trabalho fora do expediente, segundo a Gallup.
 66% dos trabalhadores não se conseguem desligar mentalmente do trabalho fora do expediente, segundo a Gallup.

Por fim, O Ciclo do Burnout, que ilustra como a falta de pausas leva a uma espiral de sobrecarga, queda de desempenho e, eventualmente, colapso físico e mental.
Por fim, O Ciclo do Burnout, que ilustra como a falta de pausas leva a uma espiral de sobrecarga, queda de desempenho e, eventualmente, colapso físico e mental.

Desligar não é desistir, é resistir.



Numa cultura que glorifica o cansaço, escolher ''pausar'' é um ato de coragem e inteligência.

Quem aprende a parar, volta com muito mais foco e clareza. Mais atento. Mais vivo.


Porque no fim, não trabalhamos só para entregar resultados. Trabalhamos para viver, e viver exige estar inteiro em todas as áreas da nossa preciosa vida. Sofia de Castro Fernandes

CEO àsnove

 
 
 

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